Autor: Alberto Grimm[1]
Publicado: 27 de Julho de 2024
Candidatos a emprego dão um tiro no próprio pé quando enviam seus Currículos recheados com todo tipo de informações. São adeptos do mito de que Currículo recheado, volumoso, o tipo enciclopédia, sempre causa boa impressão.
E isso quer dizer, muitas páginas, longos textos que retratam toda vida pessoal do pretendente à vaga; letras pequenas para caber tudo, e tudo isso com apenas uma intenção: chamar a atenção do empregador.
Mas o Efeito é exatamente o contrário. Empregadores não têm tempo nem paciência para navegar através de longos e cansativos textos. Textos longos impacientam e o pior, demonstra que o candidato está inseguro dos seus próprios atributos ou qualidades. Além disso, é bom lembrar de uma coisa: existem dezenas de Currículos sobre a mesa do recrutador na fila de espera.
A mesma regra vale para as Falsas Informações, qualificações e referências inventadas para impressionar. E impressionam, mas de maneira negativa.
Por isso, se preocupe apenas em informar o básico, os itens que de fato interessam para sua avaliação. Se fizer apenas isso terá feito uma excelente primeira apresentação.
A menos que a vaga exija claramente uma foto sua – e atualmente bem poucos empregadores exigem isso, nem sei se um dia exigiram – , não inclua esse item, que na maioria das vezes é ali colocado apenas para enfeitar. O motivo é simples: para o seu potencial empregador, sua aparência é irrelevante.
O candidato que está seguro de si não precisa mostrar o rosto antes da hora, e é isso que também acham a maioria dos recrutadores.
Em geral, se o desejar, você até poderá fazer alguma discreta referência, dentre outros interesses, comentando sobre passatempos e seu lado profissional, mas isso deverá ficar restrito à sua carta formal de apresentação.
Melhor ainda, guarde esse tipo de informação para quando, durante a entrevista, caso seja questionado sobre o que gosta de fazer fora do ambiente de trabalho ou durante seus momentos de folga.
Embora a maioria dos corretores ortográficos eletrônicos seja capaz de corrigir boa parte desses erros, alguns importantes poderão passar despercebidos, sem contar os erros gramaticais que esse tipo de recurso não é capaz de averiguar.
Assim, na medida do possível, faça com que tais erros fiquem de fora. Por isso a tradicional varredura visual ainda é a prática mais inteligente. Vários pares de olhos deverão dar uma olhada no Currículo antes de ser enviado em definitivo. Lembre-se, uma oportunidade única pode estar sendo desprezada em nome da pressa. Assim, perca um pouco mais de tempo e ganhe um tanto mais de qualidade.
Sem contar que, para o empregador, é uma violação à lei de discriminação exigir e usar quaisquer desses quesitos como critério para contratação, embora alguns silenciosamente o façam, a despeito da legislação.
Inclua no seu Currículo apenas as informações pertinentes ao cargo e você estará no caminho certo.
Para quem tem diante de si dezenas de Currículos para examinar, perda de tempo é um luxo do qual ele não pode dispor.
Além disso, experiência pulverizada demais não é vista como qualificação, sem contar que ao contrário de acrescentar como equivocadamente pensam alguns, vai tirar pontos do candidato.
O empregador quer ver logo na primeira varredura que fará com os olhos, dentre as dezenas de linhas impressas, se você é ou não um candidato qualificado ao cargo, e seu Currículo só passará a um exame mais cauteloso se esse primeiro quesito for atendido.
Assim, dê maior destaque aos detalhes que são requisitos à vaga pretendida; deixe de fora todo resto.
Tudo que você informar ao empregador pode ser verificado, e será, no caso de uma eventual contratação. Assim, fique seguro e a salvo de mentiras.
Não são raros os casos onde a honestidade do candidato foi a razão do seu ingresso, mesmo que algumas vezes sua qualificação fosse inferior à de outro pretendente.
Seja simples, mas não banal ou medíocre. Prefira usar uma fonte que seja de leitura fácil, tamanho legível, que não precise de lupa para ser visualizado, e o mais importante, na cor preta.
Ler um Currículo simples não é um sacrifício para ninguém, e é quase certo que, tendo uma aparência agradável e harmoniosa desde o princípio, seja visto até o final.
Empregadores estão menos inclinados a responderem a emails do tipo: joãodasquebradas@email.com.br. Prefira: joãodasilva@email.com.br.
Omitir informações dessa natureza não é nenhum pecado. Além disso, demissão por redução de custos é sinônimo de incompetência. Se for questionado sobre isso, diga apenas que ali não mais atendia aos seus anseios de progresso e desenvolvimento profissional.
Profissionais de RH dificilmente irão informar ao seu novo empregador as verdadeiras razões do seu afastamento, especialmente nestes casos.
Nunca escreva coisas negativas sobre sua antiga empresa, chefe ou colegas de trabalho. Não explique as lacunas de tempo, dizendo que ficou desempregado por 10 anos. Informe apenas as coisas positivas, o tempo todo.
Pense da seguinte forma: se você fala mal do seu antigo empregador, imagine a reação do seu novo, ao saber que no futuro, certamente, fará a mesma coisa com ele.
Os Empregadores dão preferência a sumários destacando as qualificações que enfatizem suas realizações e experiência, ao invés de um objetivo genérico sem informação alguma. Evite trechos, tais como, "Exercício de cargo em tempo integral em instituição educativa." Convenhamos, isso não informa absolutamente nada sobre suas Habilidades, qualificações ou atributos Profissionais.
Além disso, atualmente, na maioria das vezes, o computador lê e classifica os Currículos a partir de palavras-chaves. Assim, quanto mais o candidato for objetivo na escolha dessas palavras e elas coincidirem com os atributos que se enquadram no perfil exigido para preenchimento do cargo, mais chances ele terá de ser convocado para uma entrevista.
Não deixe de ler também o artigo: 5 Dicas matadoras para você aprender a Confeccionar o Currículo Perfeito, nesse mesmo site.
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Alberto Grimm - albertogrimm@gmail.com
Publicitário e Escritor. Especialista em Psicologia do Trabalho e Relações Humanas. É também pesquisador e consultor em Recursos Humanos, Práticas Motivacionais, Educação Integral e Consciencial.
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