Autores: Anne Marie Lucille e Alberto Filho[1]
Publicado: 06 de Agosto de 2024
E lá estão as crianças carregando às costas, o peso de todas as lições do ano letivo, e isso inclui vários livros didáticos, cadernos de matérias diversas, estojo, agenda, e sabe-se lá mais o que, tudo isso dentro da mochila, que mais parece um armário ambulante.
Médicos ortopedistas são unânimes e recomendam que o peso da bolsa não exceda os 10% do peso corporal do aluno.
Segundo essa lógica, uma criança com 30 quilos, não deveria carregar um fardo maior que 3 quilos às costas.
Mas, às vezes, a própria sacola vazia pesa mais que meio quilo. E como as escolas adotam livros cada vez mais grossos, como se isso significasse qualidade didática e excelência cognitiva, esse cálculo ou peso ideal se torna quase um mito.
Resultado da conta? Dor nas costas, nas regiões lombar, cervical, dorsal, sem contar a escoliose, que é uma deformidade na coluna difícil de ser corrigida depois. Sem contar as dores de cabeça severas de origem tensional cujo resultado é a queda no desempenho escolar, sem uma causa aparente.
Se a educação infantil se presta a criar na criança um alicerce sólido que ajudará a moldar sua personalidade adulta, cuidar para que as coisas certas sejam ali inseridas é dever de todo educador, tanto no papel de pais, quanto como profissionais independentes remunerados.
Mas, não basta querer educar segundo uma cartilha ou regras teóricas criadas por "sonhadores" que pouco ou nada sabem da natureza infantil. Aliás, desde a mais remota antiguidade, naquele tempo em que os educadores recebiam seus alunos em suas quintas caseiras, já se sabia que só está apto a ensinar quem também é capaz de estudar a natureza original dos educandos.
A lógica é simples: Sendo capaz de compreender meus educandos, tenho uma real possibilidade de interagir da maneira correta com eles. Isso é muito simples e extraordinariamente lógico. Da aceitação do educador pelo educando, aí sim, ambos poderão colher frutos verdadeiramente profícuos.
No entanto, o maior problema é descobrir como tornar isso possível. O modo mais simples é observar passivamente como as crianças se comportam, sem interferir, evitando introduzir em suas vidas e rotina diária os métodos ou protocolos mecanizadores que proliferam dentro da atual pedagogia. E observar de maneira passiva significa aprender com eles.
Para evitar o problema algumas dicas essenciais deverão ser adotadas. Nesse caso não adianta dar um “jeitinho” e fugir da regra, pois esse suposto gesto de esperteza logo irá se revelar como um tremendo sinal de burrice.
Enfim, eis Algumas Dicas sobre o uso correto da Mochila Escolar que poderão servir de orientação para pais, educadores e demais interessados...
Aos 4 ou 5 anos, o ideal é que a criança utilize apenas uma pequena Lancheira ou merendeira, e caso seja necessário, uma bolsa com rodinhas para carregar o material didático.
Aos 6 ou 7 anos, ainda se recomenda a bolsa com rodinhas, mas já é possível carregar uma mochila às costas, desde que sem muito peso.
Aos 12 ou 13 anos, a mochila está liberada, desde que dentro dos critérios estabelecidos, ou seja, segundo a regra dos 10%.
Mas, para prevenir as dores seguidas dos outros efeitos indesejáveis, é preciso ficar atento à forma como a bolsa é usada, a começar pelo tamanho, que nunca deve ser maior que o comprimento do tronco da criança.
O apoio deve ser feito no dorso e não na região lombar. É importante usar as alças nos dois ombros, distribuindo melhor o peso da mochila.
As alças precisam estar bem ajustadas para que a sacola fique rente à altura dos ombros. Caso as alças sejam longas, haverá sobrecarga na região do pescoço, causando dor no trapézio, que pode irradiar pelo braço ou subir pela nuca causando tensão muscular e dores de cabeça.
Quando a bolsa fica muito baixa, chegando à altura do bumbum da criança, há uma importante sobrecarga na região da Lordose lombar – região curva às costas, situada acima da bacia –, o que causa dor muscular, dificuldade para se abaixar e formigamento, sem contar que também força a Região Cervical, provocando dores de cabeça.
Quando a criança estiver com a mochila, ela deve dobrar os joelhos para se abaixar ao invés de se inclinar dobrando as costas.
Pais devem ficar atentos à queixa de dores nas costas. Conversar com a direção da instituição para resolver o problema é uma boa ideia.
Escolha uma mochila leve, que, quando vazia, não pese mais que meio quilo.
Mochilas com duas alças devem ser as escolhas predominantes.
Observe se as alças são acolchoadas e reguláveis. Alças estreitas causam compressão nos ombros, deixando a musculatura tensa, o que causará dores que se estenderão pelas costas, pescoço e cabeça.
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Anne Marie Lucille - annemarielucille@yahoo.com.br
Antropóloga e Pesquisadora na área da Psicopedagogia. Atua como consultora educacional especializada em Educação Integral e Consciencial.
A autora não possui Website, Blog ou página pessoal em nenhuma Rede Social.
Alberto Filho - albfilho@gmail.com
O autor é Consultor pedagógico, Educador do ensino fundamental e médio, educação de adultos, educação Integral e é também escritor de contos infantis, juvenis e adultos.
O autor não possui Website ou Blog pessoal.
Mais artigos dos autores em: https://www.sitededicas.com.br/holistica_index.htm
Mundo Simples.
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