Estas 18 dicas farão você a compreender com mais profundidade a natureza do comportamento das Crianças

Considerações Iniciais...

Se a educação infantil se presta a criar na criança um alicerce sólido que ajudará a moldar sua personalidade adulta, cuidar para que as coisas certas sejam ali inseridas é dever de todo educador, tanto no papel de pais, quanto como profissionais independentes remunerados.

Mas, não basta querer educar segundo uma cartilha ou regras teóricas criadas por "sonhadores" que pouco ou nada sabem da natureza infantil. Aliás, desde a mais remota antiguidade, naquele tempo em que os educadores recebiam seus alunos em suas quintas caseiras, já se sabia que só está apto a ensinar quem também é capaz de estudar a natureza original dos educandos.

A lógica é simples: Sendo capaz de compreender meus educandos, tenho uma real possibilidade de interagir da maneira correta com eles. Isso é muito simples e extraordinariamente lógico. Da aceitação do educador pelo educando, aí sim, ambos poderão colher frutos verdadeiramente profícuos.

No entanto, o maior problema é descobrir como tornar isso possível. O modo mais simples é observar passivamente como as crianças se comportam, sem interferir, evitando introduzir em suas vidas e rotina diária os métodos ou protocolos mecanizadores que proliferam dentro da atual pedagogia. E observar de maneira passiva significa aprender com eles.

Desse modo, é preciso lembrar sempre de que...

1. O desenho é uma atividade espontânea na criança. Faz parte do seu instinto. Nesse caso não se avalia a qualidade do traço, mas apenas o processo como forma livre de expressão.
2. Desenhar é tão natural como tagarelar, cantar, balbuciar sons incompreensíveis, ou assoviar.
3. A criança desenha simplesmente porque tem vontade de desenhar.
4. A criança se expressa emocionalmente através do desenho.
5. Conhecendo a criança, pelo exame dos desenhos e características dos esboços com os quais ela tenta se comunicar, pais ou educadores terão em mãos um retrato psicológico profundo da mesma.
6. O Jardim-de-infância ou Básico não é um curso primário em miniatura.
7. Um bom brinquedo deve ser isento de perigos, simples, fácil de limpar, durável.
8. Nem sempre o brinquedo mais didático é o preferido. Saber introduzir instrução por meio das brincadeiras é um modo inteligente de educar. E há uma vantagem adicional: nesse caso as crianças aprenderão brincando!
9. Uma tesoura (sem ponta) é um dos brinquedos que mais agrada a uma criança de 3 ou 4 anos.
10. Para interagir corretamente com uma criança é necessário saber ser criança. Isso significa ter mente flexível, e não ser capaz de fazer pantomimas ou caretas.
11. O educador deve aproveitar todos os momentos para educar a linguagem e ampliar a experiência e o vocabulário infantil.
Todas as oportunidades devem ser utilizadas para a iniciação à lógica.

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12. Atividades simples como: "Quantas meninas, ou meninos de cabelo preto têm na sala de aula ", são exercícios matemáticos aplicados à vida real. Isso mostra a elas como se usa matemática de maneira prática, fora dos cadernos de tarefas.
13. Os educadores deverão preferir as atividades criadoras ao invés das dirigidas.
14. Jogos de memória não são feitos apenas com cartões ilustrados; podem ser com tampinhas de garrafas e outros objetos. As crianças adoram esse tipo de atividade e os benefícios são inumeráveis. Podemos também fazê-las repetir palavras na ordem falada ou apenas aquelas que conseguiram memorizar. Repita o procedimento com sons, cores, odores, ordem dos objetos, etc.
15. Por mais simples que seja uma tarefa, as comparações em relação ao desempenho individual ou coletivo deverão ser substituídas por orientações que enfatizem o aperfeiçoamento do indivíduo, e jamais com a intenção de exaltar alguns e depreciar outros.
16. Não há mal algum que os meninos brinquem com as bonecas, assim como fazem as meninas. É consenso entre os modernos pedagogos, quando afirmam: "Afinal de contas, se a menina cresce para ser mãe, o rapaz não virá um dia a ser pai?"

E por fim...

17. Uma atividade que julgamos fundamental em toda infância são as histórias contadas. Especialmente aquelas que estejam à altura do perfil de compreensão da criança. Os contos apresentam à criança, em primeira mão, a possibilidade da interpretação livre, uma vez que em seu repertório cognitivo ainda não existe um lastro de memórias que a condicionam a pensar de maneira padronizada, mecânica, seguindo um gabarito fixo, inflexível, a exemplo de nós, os adultos.

18. Nessa oportunidade os contos de exemplos que trabalhem o conceito ou simbolismo ético, se bem aplicados, se fixarão como diretivas de grande valor para a formação de sua personalidade definitiva.

Mas, não se limite ao escopo deste texto. Use sua imaginação e vá mais além. Descubra outras possibilidades em meio à sua rotina e aprenda com isso. Lembre-se, nesse estágio da vida as crianças ainda estão sob seus cuidados.

Depois, lá fora, vão depender exatamente do que aprenderam em casa, nos momentos íntimos, com seus pais, e dessa introdução pedagógica doméstica vai depender a qualidade do caráter que buscarão como referência fora do lar, traços que irão agregar às suas personalidades pelo resto de suas vidas.