"Não existe magia... a qualidade dos nossos alimentos ainda é o componente que fará toda diferença entre o convívio com a má ou a boa saúde..."
Entendendo um pouco mais sobre o processo de metabolização dos alimentos...
Ao contrário do que muita gente pensa o processo digestivo não ocorre apenas no estômago. O estômago é apenas o começo do segundo estágio de um trabalho que começa pela boca. Depois do estômago ainda há um longo caminho pela frente, até que todas as etapas estejam concluídas.
Na composição dos vegetais encontram-se diversos fitoquímicos e enzimas que melhoram a absorção dos nutrientes. Já no estômago, eles são transformados em uma pasta e depois transferidos para os intestinos onde irão concluir as demais etapas da digestão. Nos vegetais, mas apenas nas variedades Orgânicas, também encontramos diversas Bactérias Probióticas que além de potencializarem a digestão reforçam a flora intestinal protegendo o organismo contra doenças e agentes infecciosos oportunistas.
No entanto, quando consumimos as carnes de aves, mamíferos ou peixes, no estômago elas apenas são amaciadas e depois são encaminhadas para os intestinos onde irão se decompor para finalizar os demais estágios de sua digestão. Isso mesmo, já as carnes são digeridas por meio de um lento processo de decomposição das fibras animais, exigindo um grande esforço da flora intestinal e liberando grande quantidade de toxinas e substâncias putrefatas nocivas ao organismo. São substâncias que acabam por sobrecarregar e agredir os sensíveis coletoras de nutrientes dos intestinos delgado e grosso.
O processo digestivo completo, mesmo através da alimentação saudável, poderá variar de acordo com o metabolismo – que é o modo como os alimentos são processados e digeridos – de cada indivíduo, e como consequência natural dessa reação química que ocorre internamente, alguns fenômenos poderão ser observados.
Assim, poderão surgir Sintomas como gases, eructações (arrotos), diarréia, constipação, sensibilidades a alimentos, indigestão, má absorção, síndrome do Intestino ou Cólon irritável, e uma ampla lista de pequenos inconvenientes que complementam esse repertório de efeitos próprios do processo metabólico.
E mesmo que alguns sejam de natureza transitória e de repercussão inócua, outros são acumulativos e poderão provocar grandes estragos com a sua continuidade. A constipação, por exemplo, é um desses casos que poderão evoluir para problemas mais sérios, e tudo começa com a qualidade da digestão. Imagine um intestino preguiçoso, carente de uma evacuação regular, com quilos de matéria fecal velha e tóxica armazenadas por dias nas sensíveis paredes e dobras entéricas.
Cria-se ali o ambiente perfeito para a proliferação de bactérias nocivas capazes de causar incontáveis doenças, provocando ainda baixa na imunidade, incremento dos radicais livres na corrente sanguínea, problemas de pele, má absorção dos nutrientes dos alimentos, irritabilidade e perda de concentração, lesões que poderão se transformar em pólipos ou outras patologias mais graves, sem contar o considerável acervo de outros inconvenientes.
Hoje já se sabe que alimentos industrializados são os principais inimigos da boa digestão. Isso inclui o leite pasteurizado e UHT, sucos de caixinha e produtos adoçados com ingredientes artificiais, ou aqueles fabricados com variedades vegetais transgênicas. E há também os pães e biscoitos feitos com farinha de trigo branca, bolos, tortas, etc. Nessa mesma família de indigestos estão os refrigerantes e bebidas gaseificadas, alcoólicas e energéticas. Sem contar que a tudo isso se agregam os compostos químicos, realçadores de sabor, conservantes, corantes, antissépticos, bactericidas e fungicidas, e assim por diante.
Por isso é tão importante conhecer aquilo que comemos, assim como aprender técnicas que sejam capazes de melhorar a qualidade de nossa digestão.
A seguir relacionamos 12 dicas, que de acordo com os nutrólogos e demais especialistas em nutrição, poderão servir de roteiro para melhorar sua digestão e corrigir a absorção dos nutrientes dos alimentos. Poderão ainda ajudá-lo a livrar-se dos inconvenientes hóspedes mencionados anteriormente. Mas, lembre-se de consultar o seu clínico ou médico Nutrólogo antes de pensar em fazer mudanças por conta própria em seu regime alimentar regular.
1. Fibras
Consumir uma dieta rica em fibras, grãos integrais, legumes e frutas pode melhorar sua saúde digestiva. Uma dieta rica em fibras ajuda a manter os alimentos em movimento através do seu aparelho digestivo. Sem contar que os riscos do mal da constipação praticamente deixam de existir. Uma dieta rica em fibras também vai ajudar a prevenir ou tratar várias patologias digestivas, tais como Diverticulite, Hemorróidas, Síndrome do Cólon Irritável, Câncer Colorretal, problemas com absorção dos nutrientes, estados de pré-diabetes, entre outros.
Consuma fibra solúvel e insolúvel, uma vez que ambas desempenham diferentes e importantes papéis em nosso sistema digestivo. A fibra insolúvel é aquela que não pode ser digerida pelo corpo e, portanto, vai ajudar na formação e qualidade do bolo fecal. A fração solúvel das fibras também traz benefícios à saúde, uma vez que retardam o esvaziamento gástrico e o tempo do trânsito intestinal diminuindo assim a absorção de glicose e do mau colesterol.
Boas fontes de fibra insolúvel incluem Farelo de trigo, frutas e cereais integrais; para obter a fibra solúvel prefira o Farelo de Aveia, nozes, sementes e legumes.
2. Limões
Inicialmente, todas as manhãs antes do desejum, esprema o suco fresco de 1 limão em 250 ml de água filtrada e sem açúcar. Caso prefira adoçar, use Estévia pura. A eficácia torna-se significativa com uma rotina diária, pois vai ajudar a limpar o estômago de resíduos e substâncias mucolíticas e ainda remover qualquer excesso de acidez. Em tempo, o suco de limão é um excepcional curativo para azia, a famosa queimação de estômago, pois, embora seja ácido, em contato com os sucos gástricos se torna alcalino. Entretanto, nos casos de gastrite crônica já instalada, seu consumo deverá ser evitado ou melhor avaliado.
3. Considere o uso de Probióticos
Os Probióticos são as Bactérias Saudáveis que naturalmente já vivem em nosso sistema digestivo. Eles ajudam a manter o corpo saudável combatendo os efeitos de uma dieta pobre, agressão por antibióticos, estresse e outros agentes nocivos capazes de agredir e degradar o processo digestório. Além disso, os Probióticos vão melhorar a absorção de nutrientes, ajudando ainda a quebrar a proteína lactose dos derivados de leite e outros alimentos de difícil digestão. Também ajudam a tratar a síndrome do Cólon Irritável. Boas fontes de Probióticos são Iogurtes com baixo teor de gordura, Kefir, Vegetais orgânicos, ou mesmo na forma de suplementos.
4. Elimine os maus hábitos
Comece parando de Fumar e evitando o excesso de cafeína e álcool. Licor, café e cigarros irão Interferir no funcionamento do seu sistema digestivo e provocar doenças como úlceras de estômago, hiperacidez, azia, gastrite, refluxo, e vários tipos de cânceres. Também evite o hábito de bebidas enquanto come. O líquido vai retardar o processo digestivo. Sucos ou chás consumidos durante as refeições, entre uma garfada e outra, são inimigos naturais da boa digestão. A cafeína, assim como os derivados do álcool, vão aumentar a produção de ácido clorídrico, um líquido corrosivo que em excesso agride as paredes estomacais provocando doenças graves. Algumas fontes de cafeína são: Café, Mate, Guaraná, diversos tipos de chás e Refrigerantes à base de Cola ou Guaraná.
5. Coma vegetais crus e sementes Germinadas
Alimentos crus contêm enzimas que ajudam na digestão. Aumentar o consumo de folhas verdes, como
espinafre, rúcula, alcachofra e couve é uma excelente ideia, já que elas possuem substâncias adstringentes que facilitam a digestão dos alimentos.
Use as folhas de cenouras, aipo, tomates e outros vegetais para saladas, como um prato secundário. Aprenda a germinar
Nozes, Amêndoas, Grão de Bico, Feijão e outras sementes para torná-las mais digeríveis, nutritivas e livres de óleos ou enzimas indigestas.
6. Faça Exercícios Físicos regularmente
O exercício físico regular é um dos melhores ingredientes para reforçar o processo digestivo, e todas as atividades contam. Suba pelas escadas, faça caminhadas curtas antes e depois das refeições; mexa-se. Para o seu sistema digestivo não importa o modo como você se move, importante é que não deixe de fazê-lo.
7. Mastigue bem e devagar e não fale enquanto se alimenta
Uma mastigação incompleta e a conversa durante a alimentação irão causar a deglutição prematura. Nosso sistema digestivo não foi projetado para digerir alimentos mal triturados, por isso ficará uma sensação de peso e indigestão.
A Mastigação é o primeiro estágio da digestão. Não só fisicamente, por quebrar os alimentos em porções menores, mas por emitir os sinais para os órgãos que secretam sucos digestivos (enzimas pancreáticas e os ácidos do estômago) a fim de prepararem-se para recebê-los. A lenta mastigação permite que o mecanismo cerebral encarregado de sinalizar a saciedade ou enchimento do estômago tenha mais tempo para agir informando a hora certa de parar de comer.
8. Esteja consciente do que come assim como da quantidade do que põe à boca.
O consumo além do nosso limite ainda é a principal causa de indigestão. Nosso cérebro sinaliza o sentimento de plenitude cerca de dez minutos depois que estamos realmente cheios. Então pare de comer antes que você se sinta cheio. A probabilidade é que você se sentirá saciado dez minutos depois.
9. Experimente um tratamento Homeopático
Alguns preparados homeopáticos, embora sejam considerados inócuos pela medicina tradicional, trazem um evidente alívio quando o assunto são as dificuldades digestivas ou os embaraços gástricos. Lembrando sempre que tais alternativas não substituem os conselhos médicos, especialmente quando os fatores causadores de tais distúrbios precisam ser determinados. Mas, enquanto o socorro não chega, alguns medicamentos poderão ajudar.
Nux Vômica, Graphites, Arsenicum Album, Ipeca, Camomila e Antimonium Crudum, são alguns que podem ser testados sem riscos. Pelo menos, mal não farão.
10. Mantenha uma boa postura corporal.
Quando você senta de modo desleixado ou com as costas arqueadas demais, uma pressão extra é colocada sobre seu abdômen comprimindo os órgãos digestivos. Esta pressão irá causar má digestão ou embaraços gástricos diversos, tais como acidez, refluxo, azia ou náuseas. Sente com as costas eretas e ombros alinhados, isso vai deixar os órgãos digestivos livres o que ajudará no processo digestivo.
11. Aprenda a comer por ordem de Digestibilidade
A lógica é muito simples: comer em primeiro lugar os alimentos de fácil digestão, e depois partir mais os mais complexos. Pense como se estivesse em uma rodovia onde os carros mais lentos irão congestionar todo tráfego. O mesmo princípio se aplica ao modo como se alimenta. Coma os alimentos que digerem mais depressa em primeiro lugar e deixe os demais para a segunda metade de sua refeição.
Aqui estão as sequências de tempo para diferentes grupos de alimentos:
Água e Sucos: 20-30 minutos
Frutas, Alimentos batidos ou shakes, Sopas: 30-45 minutos
Legumes: 30-45 minutos
Feijão, Grãos, Amidos: 2-3 horas
Carne, Peixe, Aves: 3 ou mais horas
12. Experimente os Chás de algumas Ervas medicinais
Existem ervas e raízes que são conhecidas por ajudar no processo digestivo e metabólico. Eis algumas delas que, comprovadamente, são bem eficientes para essa tarefa:
Boldo, Carqueja, Folha de Mamão, Cravo, Erva-doce, Gengibre, Camomila, Hortelã, Espinheira Santa, Alfavaca, Canela, Jurubeba e Cocullus (calumba). Lembrando que a quantidade de ervas influi na qualidade do efeito. Assim, é bom não abusar na dose. Um pequeno punhado, o equivalente a uma colher rasa de sopa, deve bastar para cada porção preparada.
Tome o chá meia hora antes ou depois das refeições, jamais durante.
13. Dica Bônus - Identifique quais os alimentos que são indigestos para você
Existem alimentos que são sabidamente indigestos, tais como
Pinha, Maracujá, Graviola, Gorduras, Pimentões, Pepino, os Condimentados, Embutidos, Frituras, etc. O leite ou o glúten, aquele amido presente nos derivados de trigo, ambos, para muitos, poderão ser a causa de problemas digestivos.
Como saber se existe intolerância para alguns alimentos? Simples, fique atento a sintomas, tais como: flatulência, desconforto abdominal, cólicas intestinais, constipação ou diarréia, indigestão (sensação de peso estomacal, com ou sem cólica), azia, enjôo, ou casos severos de intoxicação alimentar. Para aqueles que não toleram a lactose do leite, poderão tentar leite de alpiste, de arroz, de Broto de Amêndoa, ou simplesmente o leite sem lactose. Já para os intolerantes ao glúten, as farinhas de milho, arroz, mandioca e Grão de Bico, resolvem a questão.
E por fim...
O site não se presta a fazer o papel do seu Médico ou Terapeuta, nem de prescrever medicações de qualquer natureza para qualquer tipo de patologia, mas apenas de servir como
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Notas:
Editoria de Saúde e Educação do Site Mundo Simples.
Email: contato@mundosimples.com.br
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Anne B. Talber - annebtalber@gmail.com
Fitoterapeuta, Terapeuta Floral e Holística especializada em alimentação Orgânica, Vegana e Vegetariana.
A autora não possui Website, Blog ou página pessoal em nenhuma Rede Social.
Bibliografia de apoio:
Revista Saúde 306 - Ed. Abril - 2008
Vegetais e Bebidas que Curam - Manole - 2001
Dicionário Familiar de Homeopatia - Almeida Prado - 1982
Thirdage - https://www.thirdage.com
WebMD - https://www.webmd.com/digestive-disorders/good-digestion#1
Digestion Health Center - https://www.medicinenet.com/digestion/focus.htm
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