Autor: Jon Talber[1]
Conteúdo Atualizado: 25 de Abril de 2024
Mas, o modo de como lidar com esses contrastes não faz parte da pedagogia da vida. Por isso, desde cedo, nossa mente se torna inflexível, fossilizada, velha, apesar do aspecto somático jovem.
É a fantasia que ganha consistência em nossas vidas sob mil disfarces. É o aspecto religioso com as promessas de um mundo melhor quando sequer tentamos compreender as razões da deformação do nosso. É o misticismo de um lugar mágico repleto de prazeres que nos aguarda em um local incerto, atemporal, o combustível necessário para que durante todo nosso viver a ilusão de um bioma de faz de contas acompanhe nossa sombra.
E o Mundo real versus mundo ideal será para sempre, na mente do jovem ou adulto, antes uma criança mergulhada num reino de ilusões, uma fantasia que jamais poderá ser alcançada; um sonho que nunca será erradicado por completo das suas aspirações mais profundas. Trata-se de um paradoxo concebido após a criação daquele universo paralelo repleto de maravilhas e harmonia, que ora entra em brutal conflito com a crua patológica realidade.
Zelo, cuidado e boa condução, são requisitos necessários dentro do mundo real, não em um de faz de contas. Precisamos ensinar ética e respeito justamente porque nosso mundo é carente destas coisas. E o melhor lugar para começar esse magistério é dentro de nossas casas, onde a criança está segura, sob nossos cuidados.
Quando mostramos para uma criança que existe um mundo virtual, de faz de contas, preparado especialmente para elas e onde os problemas humanos não existem, estamos também lhes ensinando a não enfrentar com altivez e coragem as dissidências e percalços da vida real. Isso talvez explique o grande sucesso dos fármacos entorpecentes, aqueles que são usados maciçamente como forma de mascarar a dura realidade dos fatos que ainda não temos competência para enfrentar.
Atribuir culpa ao mundo pelas suas distorções não é a solução. Entretanto, individualmente, é possível perceber de maneira inequívoca que, mesmo não sendo os autores das anomalias e deformações desse mundo, como agentes replicadores de costumes e tradições, sem dúvida, ainda somos agentes ativos no processo de reafirmação e consolidação desse Status Quo.
E quanto tempo mais isso irá durar vai depender da nossa vontade e pioneirismo; da nossa firme convicção de que algo precisa ser feito. Ou então, devemos simplesmente nos acomodar, escorados em nossas Crenças Infantis, como até agora o temos feito. E assim iremos permanecer à espera de um milagre; do toque de uma varinha de condão que virá dos céus para, com sua magia, tudo transformar; uma demanda antiga de nossas reivindicações, aspirações e sonhos, por mais estúpidos, incongruentes e absurdos que sejam.
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Jon Talber - jontalber@gmail.com
É Pedagogo, Antropólogo e autor especializado em Educação Integral e Consciencial. É colaborador voluntário do nosso Site.
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